À medida que avança no Congresso Nacional a pauta que pode legalizar os jogos de azar no Brasil, a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) divulgou uma nota se opondo ao projeto. A nota, lançada nesta terça-feira (1), a entidade destacou que esta se trata de uma posição “inegociável”.
Em meados de dezembro do ano passado, a Câmara dos Deputados aprovou a urgência do projeto de legalização dos jogos de azar no Brasil por 293 votos a 138. À época, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) informou que o texto só deveria ser votado em fevereiro deste ano. Se aprovado no Congresso, o projeto legalizará o jogo do bicho, o bingo e os cassinos no país.
No mesmo período, foi aprovada uma PEC que isentava o IPTU de imóveis alugados por templos religiosos. Este movimento foi visto como uma maneira de compensar a oposição da bancada evangélica, que negou se tratar de uma medida para compensar sua objeção ao projeto.
Como a Câmara deve votar o projeto de legalização dos jogos de azar este mês, foi a vez dos católicos se manifestarem contra o projeto. Na nota, a instituição criticou a Câmara dos Deputados pela aprovação da urgência do projeto, e classificou a medida como nefasta.
Para a CNBB, o argumento dos apoiadores do projeto de que a legalização aumentaria a arrecadação de impostos e criaria postos de trabalho são uma “tese repudiante” de que os fins justificam os meios. “Esses falsos argumentos não consideram a possibilidade de associação dos jogos de azar com a lavagem de dinheiro e o crime organizado.”, diz a nota.
A entidade aponta também para “irreparáveis prejuízos morais, sociais e, particularmente, familiares” e para aspectos de saúde pública. “Além disso, o jogo compulsivo é considerado uma patologia no Código Internacional de Doenças da Organização Mundial de Saúde. O sistema altamente lucrativo dos jogos de azar tem sua face mais perversa na pessoa que sofre dessa compulsão. Por motivos patológicos, esta pessoa acaba por desprezar a própria vida, desperdiçar seus bens e de seus familiares, destruindo assim sua família.”
A nota é finalizada com o pedido de rejeição do projeto por parte do Congresso Nacional e qualquer outra medida que pretenda legalizar os jogos de azar no Brasil. Se o projeto de relatoria do deputado Felipe Carreras (PSB-PE) for aprovado na Câmara, seguirá para a análise do Senado Federal.
Fonte: CNBB