Dando continuidade ao ciclo de entrevistas com os convidados pela Comissão de Esportes da Câmara dos Deputados para a audiência pública de 22 de maio, a equipe do Joga Brasil conversou com exclusividade com Alessandro Valente logo após a confirmação da sua presença na Audiência que acontecerá no dia 22 de maio. Alessandro Valente é consultor em Marketing e Negócios no setor de iGaming, co-fundador e sócio da Super Afiliados.
1- O que você espera da audiência pública com os representantes de empresas sobre a regulamentação do setor de apostas online no Brasil?
É fundamental para que o governo entenda melhor a grandiosidade e importância desta indústria, especialmente para que fique mais claro o impacto positivo que surtirá na economia. A oportunidade de abrir as portas para empresários do setor, que podem contribuir com dados e informações de vital importância é um passo relevante dentro do processo de regulamentação e legalização desta atividade.
2- De que forma deve ocorrer o processo de regulamentação das apostas esportivas no Brasil?
Certamente o governo deve considerar os modelos já existentes que deram certo, especialmente em países como Malta, que oferecem um cenário competitivo e incentivam a entrada de novos operadores em seu território para obter licença e operar de forma global e local.
Modelos menos competitivos, como o que inicialmente foi implementado em países como Portugal ou Itália, não servem de exemplo. Causaram evasão de clientes, já que o ambiente era hostil, os impostos muito altos e as regras muito rígidas. Devemos ser duros, mantendo a soberania nacional e revertendo os impostos em benefícios claros para a nação, mas ao mesmo tempo precisamos oferecer um ambiente competitivo e convidativo para que operadores se sintam bem-vindos.
3- Você acredita que o Brasil está pronto para regulamentar o mercado de apostas esportivas?
No que diz respeito ao corpo governamental, que hoje está atuando para tornar possível o mercado legal e regulamentado, não há dúvidas sobre a capacidade e competência do mesmo. Além disso, há muitas ferramentas à disposição do governo e de órgãos reguladores para coibir qualquer ameaça ao jogo justo, seja através de homologação de jogos em conjunto com GLI (Gaming Laboratories International) ou ferramentas da Sportradar que sinalizam potenciais fraudes em diversos esportes.
4- Desde quando você acompanha o processo de legalização do setor de jogos no Brasil? O que você acha sobre ele em geral?
Como empresário, atuo na indústria de iGaming há mais de 10 anos e desde quando ingressei já acompanhava a movimentação. Recentemente tenho ficado mais próximo para me fazer útil em qualquer questão que esteja ao meu alcance, então procuro estar disponível sempre que possível para ajudar onde tenho maior domínio, como a parte de marketing e operacional. Minha empresa atua no segmento de marketing de afiliação há muito tempo, desde quando ainda não havia no Brasil praticamente nada a respeito deste tipo de atividade, quem dirá para a indústria de iGaming. Minha experiência ao longo do tempo e o conhecimento adquirido é o que me permite ser hoje um interlocutor entre este segmento do mercado e todos os interessados em saber mais a respeito, afinal o marketing de afiliação para iGaming no exterior representa cerca de 40% da aquisição de novos clientes.