Pode-se dizer que a liberação dos cassinos nunca foi tão discutida no Brasil como tem sido desde o ano passado. A atividade, que foi proibida no país em 1946, pelo presidente Eurico Gaspar Dutra, está sendo vista por parlamentares como uma alternativa para gerar novos recursos econômicos.
A briga pela regulamentação dos jogos de azar no país ganhou um oxigênio em dezembro, quando o então presidente Michel Temer promulgou a lei que introduz a modalidade de apostas esportivas por quotas fixas. A partir daí, o debate sobre jogos, de uma maneira geral, ficou mais intenso no Congresso.
Na última semana, a Câmara dos Deputados anexou o PL 530/19, do deputado baiano Paulo Azi, a um outro projeto que já estava tramitando, o PL 442/91, que visa à liberação de qualquer tipo de jogo, incluindo jogo do bicho e os bingos.
O projeto de lei de Paulo Azi é mais específico. Almeja a autorização dos cassinos em resorts, modelo que é bem sucedido em Las Vegas e em diversos países do mundo, como nos vizinhos Argentina e Uruguai. A proposta do deputado tem sido chamada informalmente de “Lei Sheldon Adelson”, em alusão ao bilionário americano que é um dos nomes mais fortes da indústria mundial dos cassinos. Rodrigo Maia, reeleito presidente da Câmara dos Deputados no início deste ano, já se manifestou favoravelmente à ideia de Azi.
Há um entendimento de que o preconceito em relação aos jogos está diminuindo no Brasil. Sempre houve uma certa resistência de setores da sociedade brasileira à prática de jogos de azar. O próprio presidente Dutra, quando fechou os cassinos lá na década de 1940, alegou que a atividade era subversiva, que “estragava” as pessoas.
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