Enquanto isso, gastos no varejo caíram de 63% para 57% no último ano
De acordo com um levantamento da Associação Nacional do Jogo Legal (ANJL), as casas de apostas no Brasil já movimentam impressionantes R$110 bilhões por ano no mercado nacional. Além disso, o relatório aponta que essas casas de apostas faturam cerca de R$14 bilhões anualmente.
No último mês de junho, o banco Santander divulgou um relatório que evidenciou uma queda significativa na participação do varejo na renda familiar brasileira. Essa tendência se tornou ainda mais evidente com as declarações de um jovem apostador de 20 anos que viralizaram recentemente.
“Em um primeiro momento, pensamos que o nível de endividamento dos consumidores estava afetando os gastos. No entanto, o comprometimento da renda com dívidas também está diminuindo. Por isso, começamos a observar novos comportamentos de consumo, como as apostas”, explicou Rubem Couto, analista de varejo da área de pesquisa de ações do Santander.
Na última semana, um relato chamou a atenção nas redes sociais: o universitário Osmar Lopes, de 20 anos, admitiu que prefere evitar comprar pizzas para usar o dinheiro em apostas. Uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) revelou que a perspectiva de obter lucro rápido nas apostas leva os consumidores a reduzirem os gastos em outros setores, como vestuário, supermercados e viagens.
“Às vezes penso em comprar uma pizza, mas se está passando um jogo entre Argentina e Canadá na televisão, por exemplo, prefiro apostar na partida para ver se ganho e, com esse dinheiro, comprar a pizza. Mas se não ganho, acabo ficando apenas com arroz e feijão”, disse Osmar.
O relatório do banco Santander esclarece ainda mais os números. Segundo o levantamento realizado em junho, a participação do varejo na renda familiar brasileira caiu de 63% em 2021 para 57% em 2023. Enquanto isso, os valores investidos em casas de apostas aumentaram, passando de 0,8% da renda familiar em 2018 para aproximadamente 1,9% a 2,7% em 2023. Essa mudança reflete uma recuperação da renda dos brasileiros, embora o consumo ainda não tenha retornado ao mesmo patamar anterior.
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