A procura de brasileiros por apostas esportivas está em notório crescimento. A atividade ainda não é regulamentada no país, mas é possível apostar por meio de domínios estrangeiros.
Conhecer as nuances desse mercado é fundamental para se obter sucesso. Felipe Catão, estudante de Engenharia de Produção, foi apresentado ao universo das apostas esportivas por um primo.
O que no começo era apenas lazer, se tornou algo sério. O carioca de 30 anos foi descobrindo as melhores estratégias para conseguir retorno financeiro positivo.
Apaixonado por futebol e torcedor fanático do Flamengo, Felipe mergulhou fundo nos estudos e fez das apostas esportivas a sua principal fonte de renda. Como ele mesmo diz, trocou o termo apostas por investimentos e cada vez se aperfeiçoa mais na atividade.
Confira o bate-papo.
Joga Brasil: Como foi o seu primeiro contato com o mundo das apostas esportivas?
Felipe Catão: Quem me apresentou a esse mercado de apostas esportivas foi um primo meu. Eu investi um dinheiro na primeira casa que apostei, a Sportingbet. Foi minha primeira experiência.
No princípio, eu achava que era só apostar em vencedor, empate, quantidade de gols. Ainda não conhecia a gama enorme que existe de apostas.
Você pode apostar em quantidade de escanteios, em alguns jogos dá para apostar no que vai acontecer nos próximos cinco minutos, se vai ter cartão, se vai sair um pênalti, enfim. Eu não sabia que era tão grande assim. No primeiro momento, eu só colocava lá quem ia ganhar o jogo.
Eu perdi muito mais do que ganhei nesse primeiro momento. A partir daí que eu comecei a fazer umas pesquisas na internet sobre o assunto. Comecei a estudar.
JB: E há estratégias para aumentar o rendimento?
FC: Existem estratégias para você aumentar a sua possibilidade de rendimento. Quando comecei a estudar, eu procurei buscar estatísticas sobre futebol. Por exemplo: o time que está há mais tempo invicto, o time que joga melhor dentro de casa, o time que faz mais gols, o que menos leva.
Imaginei que se eu usasse essa tática, de apostar de acordo com a pesquisa, o retorno ia ser maior. Só que existem poucos sites de estatísticas em português. Então, em um primeiro momento, eu tive um pouco de dificuldade para achar essas informações.
Mas depois eu pensei que, como as casas de apostas ainda são de fora do Brasil, é necessário pesquisar em inglês mesmo, que é a língua universal.
Foi assim que eu comecei. Antes era só hobby, mas depois começou a ser parte até de estudo mesmo.
JB: Seu foco é futebol ou aposta também em outras modalidades?
FC: Eu aposto só em futebol. Na verdade, para não falar que eu aposto só em futebol, 99,9% é futebol e 0,01% eu aposto em basquete. Mas só quando é o Flamengo que está jogando porque eu acompanho o basquete do clube.
Felipe é torcedor fanático do Flamengo
JB: Você costuma apostar mais em alguma competição específica? Você tem um balanço de que é mais lucrativo apostar em uma determinada liga do que em outra, ou isso varia?
FC: Eu troquei a palavra aposta por investimento de um ano para cá.
Eu vi que estava dando certo os meus métodos e a partir disso eu comecei a fazer investimentos apenas em jogos que eu assisto. Por quê? A estatística te ajuda, dá algumas informações importantes, mas o futebol não é uma ciência exata.
Há algumas variantes dentro de um jogo que podem colocar o seu investimento por água abaixo se você não tiver a leitura correta do que está acontecendo.
Pela proximidade, por ser brasileiro, os meus investimentos normalmente são em partidas do Brasileirão, da Copa do Brasil, da Série B do Campeonato Brasileiro, até dos campeonatos estaduais também, que são razoavelmente bons para investimento.
Mas tem que estar sendo televisionado. Para você aumentar a possibilidade de acertar um investimento, você tem que estar assistindo. Não é só estatística fria e pura. Tem que ter um pouco de feeling também.
JB: Já fez alguma aposta mais esdrúxula, fora do comum?
FC: Bom, eu entendo esdrúxula como a menos provável de acontecer, uma cotação extremamente alta.
Já aconteceu, normal. Mas eu tenho um método que é de investir no máximo 20% do que eu tenho. No máximo mesmo. E só em situações muito específicas que eu faço esse tipo de investimento. Normalmente fica na faixa de 10%.
Mas acontece às vezes de colocar um pequeno valor em algo mais improvável. Quando eu faço isso, normalmente, é porque ganhei bônus da casa de apostas. A casa, de repente, me dá 50 reais de bônus e eu vou lá e arrisco em uma coisa improvável.
Há uns métodos também para garantir o lucro quando a casa te dá bônus. Você pega o bônus, investe em algo improvável, e pega o mesmo valor do bônus, só que da sua banca, e coloca no que é provável de acontecer.
Quando você faz isso, você ganha muito ou pouco, mas ganha.
Não vou falar que fui eu que desenvolvi isso porque muita gente deve saber fazer também, mas eu tive essa sacada.
JB: Você tem alguma casa preferida ou isso varia?
FC: Até dois meses atrás, mais ou menos, eu só investia na Bet365. Mas eu sou sócio torcedor do Flamengo, que fechou com uma casa chamada Sportsbet.io, uma casa nova aqui no Brasil.
A casa estava dando um bônus muito bom para quem fosse sócio do Flamengo. Eu fiz um depósito lá, para ganhar esse bônus, fiz os investimentos lá e retirei.
Mas não fiz mais nenhum investimento. Se eventualmente a casa me oferecer mais bônus, pode ser que eu volte lá e faça outros investimentos.
Mas não vai ser uma coisa fixa como é com a Bet365. A gama de possibilidades da Bet365 é bem maior.
Flamengo acertou com Sportsbet.io (Divulgação)
JB: Esses investimentos são a sua principal fonte de renda atualmente?
FC: É a minha principal fonte de renda hoje. Na carteira de trabalho, eu estou desempregado. Mas tenho os meus bicos. Tento conciliar, não pegar trabalho na hora de um jogo importante.
De alguns meses para cá, os investimentos passaram a ser a minha principal fonte de renda. Não tenho problema em falar de valores, não.
Eu posso dar um exemplo. Muitas vezes eu consigo tirar, em questão de minutos, um valor acima de um salário mínimo. Eu pergunto que tipo de trabalho vai te pagar tão bem quanto esse tipo de investimento.
É claro que pode ser que eu ganhe mil reais em 15 minutos e no dia seguinte eu perca o dobro em 15 minutos. Pode acontecer.
Mas no geral, no longo prazo, o saldo é sempre positivo. Muito positivo. Já tem uns seis meses que isso virou a minha principal fonte de renda.
Fotos de Felipe: Arquivo Pessoal