Entrevista com Ramiro Atucha, CEO da Vibra Gaming

Por: Joga Brasil

Em entrevista exclusiva ao Joga Brasil

O Joga Brasil realizou uma entrevista exclusiva com Ramiro Atucha, CEO da Vibra Gaming, empresa fornecedora de tecnologia e conteúdo para operadores de jogos de apostas. O executivo falou sobre o futuro dos jogos na América Latina e a perspectiva de legalização dos jogos de azar no Brasil. Para ele, a região ainda está atrasada em relação a outros mercados, e a tendência é a indústria se direcionar para o omnichannel (que engloba possibilidades de jogos físicos e virtuais). Leia a entrevista na íntegra: 

[JB] Há discussões sobre a legalização dos jogos no Brasil. Se isso ocorrer, quais são os planos da Vibra Gaming para o Brasil?

[RA] Há muitos anos, na Vibra nos preparamos para atuar no mercado brasileiro. Com base na regulamentação que parece finalmente se firmar no país, achamos que seremos muito ativos no mercado. Temos trabalhado para entender e conhecer os gostos, as histórias que seduzem e os temas que mais interessam à população brasileira, levando em conta como adaptar e criar os melhores empreendimentos de acordo com essas características. Estamos muito atentos à evolução da regulação e legalização do jogo, para entender a melhor estratégia e desenvolvimento do mercado, uma vez que ambicionamos ser players muito importantes na indústria.

No Brasil, quais tipos de jogos parecem ser os mais promissores?

Se voltarmos na história, poderíamos dizer que os jogos mais populares e interessantes entre a população brasileira foram as loterias e o vídeo-bingo. No entanto, é importante destacar que em 2005 houve o encerramento do jogo no Brasil. O que, consequentemente, gerou que no país não sejam desenvolvidas novas modalidades de jogos ou que haja uma atualização nos conteúdos há muito tempo. Por não ter novas variedades, a população esteve bastante ligada aos desenvolvimentos existentes durante esses anos. Por esse motivo, caso haja uma reabertura do mercado, recomendamos retomar de onde parou, com produções semelhantes aos jogos disponíveis nos anos anteriores ao fechamento, de forma que a curva de aprendizado ou adaptação seja suave e prazerosa para o jogador brasileiro. Acho que seria um erro começar com jogos atuais, como os que estão sendo desenvolvidos hoje na Europa ou nos Estados Unidos, onde a maturidade do jogador é diferente. Nesse caso, seria necessário passar de conteúdos mais simples para mais complexos.

Qual é o perfil dos players que a Vibra Gaming pretende atingir?

Tradicionalmente, o perfil de jogador que se desenvolveu na América Latina é aquele vinculado ao cassino físico, geralmente mais antigo que o jogador ativo no canal online. Hoje, na Vibra Gaming pretendemos chegar a um jogador mais jovem, ligado ao jogo online, mas que também procura uma experiência multicanal, combinando as duas modalidades: online e presencial. Ao mesmo tempo, é importante ressaltar que entendemos o jogo como um fator de entretenimento saudável. Buscaremos sempre um perfil de jogador que aproveite, de vez em quando e em seu tempo livre, os jogos que oferecemos.

A Vibra Gaming estabeleceu uma parceria com a Betcris. Há novas parcerias a caminho?

Trabalhamos constantemente em associações com diferentes operadores da região, procurando estabelecer um vínculo particular e exclusivo com cada um deles. Procuramos conceder toda a nossa flexibilidade e conhecimento, para os ajudar a oferecer o melhor produto aos seus jogadores, garantindo uma experiência de entretenimento única.

A Vibra Gaming está desenvolvendo novos jogos?

Nossos jogos estão em constante desenvolvimento devido à dedicação e ao detalhe que é aplicado a cada um deles. Não somos conhecidos por desenvolver um grande número de jogos por ano, mas estamos sempre com um projeto aberto já que muitas horas de trabalho são dedicadas a cada lançamento. Normalmente, nossa média é de 12 novos jogos por ano.

Como vê o futuro dos jogos de apostas virtuais na América Latina?

A América Latina é uma região que está muito atrasada no desenvolvimento e expansão de jogos online em comparação com outros mercados. Aqui ainda há muita presença do cassino físico. No entanto, acredito fortemente que a tendência é para o omnichannel, para uma experiência abrangente para o jogador. Com a pandemia, ficou claro que as casas de jogo, os casinos físicos, estão muito expostos ao risco produzido por este tipo de situação de confinamento. A pandemia nos ensinou que devemos estar estruturalmente preparados para enfrentar os riscos de futuros isolamentos. Por isso, e pelo conforto que gera para o jogador poder se divertir do seu lugar preferido, hoje há um enorme avanço em direção ao omnichannel. Devemos dar ao usuário uma experiência 360, maximizar e diversificar suas opções de entretenimento.

Entre as modalidades de jogos disponíveis, você acha que existe alguma que se destaque, como as apostas esportivas, por exemplo?

Definitivamente, as apostas esportivas, principalmente em mercados onde o jogo está apenas começando ou retomando, como pode ser o caso do Brasil, é uma forma de jogo muito presente e popular. Isso se deve ao alto componente social inerente às apostas esportivas, que permite a competição entre amigos e colegas, principalmente em países tão adeptos do esporte como o Brasil. Além disso, com a Copa do Mundo tão próxima, essas apostas dobram sua popularidade. A partir desta modalidade, descobrem-se outras formas de jogo, ampliando assim as preferências dos jogadores.