O prefeito Marcelo Crivella busca parceria para investimentos na capital do Rio de Janeiro e defende, como saída para retomar o desenvolvimento da região do Porto Maravilha, a construção de um complexo turístico, com resort e cassino. Crivella conversou com o bilionário americano Sheldon Adelson, presidente do grupo Las Vegas Sands, um dos maiores do mundo. Crivella contou que o empresário deverá investir cerca de US$ 10 bilhões no megaprojeto, que seria similar ao que ele tem em Cingapura. O complexo contaria com um cassino, centro de exposições, centro de convenções e hotel com duas torres de 50 metros. O prefeito afirma que só isso já geraria 50 mil empregos.
“Sou contra o vício, mas também contra a miséria, o desemprego e a estagnação da economia. O Congresso vai decidir. Não é abrir o jogo em toda esquina, não com máquinas caça-níqueis e bingos em todo lugar. Estamos falando de um só cassino no Rio, que atraia milhões de turistas”, explicou o prefeito. Fã declarado de jogos de azar, Crivella diz que não há contradição entre ser crente e gostar de apostas. “Joga quem quiser”, simplificou.
O prefeito pretende defender seus interesses com a ajuda do presidente eleito Jair Bolsonaro e quer apoio do governo federal para aprovar no Congresso a lei que permite a abertura de cassinos no país. Crivella acredita que um cassino no Rio deve solucionar grande parte dos problemas locais, mas para isso precisará que a legislação brasileira seja modificada ou que haja autorização específica, chamada de “superlicença”. O prefeito diz que está lutando desde o ano passado por uma superlicença, já que ela poderia abrir caminho para a instalação do tão sonhado cassino. “Acho que essas superlicenças devem ser [aprovadas] em três, quatro lugares no Brasil. É no que acredito”.
A ideia do prefeito ocorre em meio às discussões no Congresso Nacional sobre um projeto para legalizar os jogos de azar. A legislação brasileira proíbe a instalação de cassinos no país. Atualmente, inúmeros projetos com objetivo de regularizar esse negócio tramitam na Câmara Federal. Os dois projetos mais adiantados que tratam da legalização preveem que, além de cassinos, sejam legalizados os bingos e o jogo do bicho.
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