No semanário português Expresso da sexta passada (1) saiu uma matéria que falava sobre os anúncios de casas de apostas em camisas de times, estádios e meios de comunicação de times de futebol.
O texto acompanha outro acerca do número crescente de apostadores em Portugal que têm solicitado a autoexclusão das plataformas de jogos online por estarem enfrentando problemas relacionados ao vício em jogos.
Hoje em Portugal, dos 18 times da primeira divisão apenas o FC Porto e o Portimonense não possuem patrocínio de casas de apostas esportivas ou exibem a logo desses patrocinadores em suas camisas. O texto elenca os 16 times que têm o patrocínio estampado em algum lugar do uniforme dos jogadores.
O parlamento português vai discutir a regulação destes patrocínios, mas o jornal informa que não será de maneira tão drástica quanto a Espanha fez. Desde 31 de agosto, estão em vigor no país vizinho regras que proíbem cassinos ou casas de apostas esportivas de terem patrocínios em camisas, estádios ou meios de comunicação de times de futebol.
Além disso, essas empresas só poderão fazer publicidade nos horários entre 1h e 5h da manhã na televisão, rádio ou online e não poderão utilizar “pessoas famosas”.
A Inglaterra, aponta a matéria, está indo na mesma direção da Espanha. Dos 20 clubes da Premier League, 9 têm algum tipo de patrocínio destas marcas. O país estuda limitar ou até mesmo proibir anúncios como esses nos clubes britânicos. O jornal The Guardian, porém, cita acordos de “empresas estrangeiras”.
Obviamente houve reação. Dirigentes do setor demonstraram preocupação com a medida porque as receitas provenientes dessas empresas foram as que deram fôlego financeiro aos clubes em tempos de pandemia.
Portanto, começa a surgir o debate em países europeus sobre o trato das publicidades que envolvem cassinos e casas de apostas esportivas. Elas vão passar a ser tratadas, em termos de anúncios, como a indústria do cigarro é? Estes sinais indicam que sim.