Previsto para o dia 5 de fevereiro, o leilão da Loteria Instantânea Exclusiva (Lotex) foi adiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A nova data, a princípio, é 26 de março. Ficou estabelecido também que o limite para a entrega de propostas será no dia 20, quase uma semana antes do leilão.
A tentativa do governo de conceder a exploração da Lotex, popularmente conhecida como raspadinha, à iniciativa privada está quase se tornando uma novela. Um leilão inicial foi agendado para julho do ano passado, mas não houve empresas interessadas. Na falta de propostas, ficou marcada para novembro uma nova tentativa, que acabou sendo postergada para fevereiro. Agora, um outro adiamento.
O BNDES espera arrecadar cerca de R$ 642 milhões em três anos com a outorga. Especulou-se na semana passada que duas empresas multinacionais estariam interessadas na Lotex. Do ponto de vista dos funcionários da Caixa Econômica Federal, a insatisfação é grande. Os empregados da instituição financeira se mostram contrários à concessão da raspadinha para o setor privado.
De acordo com dados do próprio banco, quase 50% do valor que a Caixa consegue arrecadar com loterias são destinados para projetos de cunho social, voltados para esportes, cultura e educação. O presidente da FENAE (Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal), Jair Pedro Ferreira, ressaltou que o leilão da Lotex coloca em risco os repasses sociais feitos pelas Loterias da Caixa.
Foto: Jardiel Carvalho / Folhapress