Com a iminente regulamentação das casas de apostas online no Brasil, executivos e apostadores começam a demonstrar uma certa preocupação com a ação prevista pelo Governo Federal. Por enquanto, o Brasil não realiza qualquer tipo de taxação para as operadoras do setor. A estimativa é que a arrecadação anual seria de R$ 2 a R$ 8 bilhões.
De acordo com o economista Ricardo Mello, a taxação das casas de apostas vai compensar a perda de arrecadação com o aumento da isenção do Imposto de Renda. “Para a população, de uma certa maneira não vai existir uma grita, porque tem aumento de tributação na aposta online, que já paga em outros lugares do mundo e não paga no Brasil. Na verdade, o que o governo quer fazer é aumentar a arrecadação dele. Tem um furo na tributação brasileira, que é não taxar esses sites de apostas”, destacou, em entrevista à Rádio Jovem Pan.
No entanto, apesar de executivos e apostadores se posicionarem a favor da regulamentação do mercado nacional de apostas online, eles também têm algumas preocupações. “Atualmente, no Brasil, a gente tem aproximadamente 450 casas de apostas. Fica muito difícil manter um controle sem que tenha a regulação do órgão, que no caso é o governo. Mas tem que ver os pontos que eles vão fazer, se não vai prejudicar os apostadores. Tem muitas pessoas que estão tendo uma renda extremamente satisfatória desse mercado”.
De acordo com um levantamento realizado pelo Instituto Paraná Pesquisas, 55,2% da população é favorável ao recolhimento de impostos para o setor de apostas esportivas online, enquanto 27,9% são contra. Outros 16,9% não sabem ou preferiram não opinar.
A pesquisa também mostrou que 63,9% dos entrevistados acreditam que os resultados das apostas possam ser manipulados, contra 36,1% que não acreditam em manipulação.
Segundo o especialista em direito dos esportes eletrônicos Helio Zwicker, a regulamentação seria capaz de garantir a segurança de todo o setor: “O apostador não tem a segurança de, tendo ali de fato um resultado combinado e sendo prejudicado, onde recorrer sem essa possibilidade de ter uma legislação. Essa legislação traz uma tranquilidade nesse sentido, uma segurança maior”.