CPI das Apostas: Procurador do MP-GO defende combate à manipulação de jogos

Por: Joga Brasil

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Os promotores identificaram a Bet365 e a Betano como as empresas mais impactadas pelas irregularidades no futebol


Na última terça-feira, 11 de junho, durante uma sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas (CPIMJAE), membros do Ministério Público de Goiás (MP-GO) defenderam a importância da cooperação entre órgãos públicos e entidades esportivas no combate à manipulação de jogos no Brasil. Durante a sessão, foram apresentados e discutidos os avanços e desafios no enfrentamento de crimes específicos relacionados a apostas esportivas. Essa estratégia de colaboração é fundamental para garantir a integridade e a transparência no cenário esportivo brasileiro.

CPI das Apostas Esportivas

O trabalho da CPI da Manipulação de Jogos

Por isso, a CPIMJAE (CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas) foi criada com o objetivo de enfrentar e desvendar a manipulação em jogos e apostas esportivas. O foco principal dessa comissão é a Operação Penalidade Máxima.

Nessa investigação, está sendo apurado um esquema de manipulação de resultados em partidas de futebol brasileiro. Os senadores Jorge Kajuru (PSB-GO) e Romário (PL-RJ) apresentaram os requerimentos para as oitivas (REQs 11/2024 e 14/2024 – CPIMJAE), respectivamente presidente e relator da CPI.

Durante a sessão, foram ouvidos o procurador-geral do MP goiano, Cyro Terra Peres, e o promotor Fernando Martins Cesconetto, integrante do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

CPI das Apostas

Questionado sobre a melhor estrutura para combater a manipulação no esporte, Cyro Peres sugeriu a criação de uma plataforma nacional. Ele afirmou: “Eu creio que se nós criássemos, como já existe em outros países, uma espécie de plataforma nacional, poderíamos detectar, reprimir e punir esse tipo de fato, com a colaboração do Ministério da Justiça, Ministério da Fazenda, Ministérios Públicos, Polícia Federal, Polícia Civil e as entidades esportivas. Isso faria com que a informação fluísse de maneira rápida e chegasse às autoridades com capacidade de apuração.”

O procurador ressaltou que o Brasil está se preparando para reprimir a manipulação esportiva, mas ainda não está totalmente pronto. No entanto, ele destacou avanços recentes na legislação, como a regulamentação das apostas esportivas pela Lei 14.790 de 2023, proveniente do PL 3.626/2023, aprovado em dezembro de 2023 pelo Congresso.

Casas de apostas mais afetadas pela manipulação

Os depoentes afirmaram que, embora as casas de apostas sejam vítimas da manipulação, elas não fizeram denúncias. Em uma única rodada, apostadores lucraram R$ 712 mil com manipulação em cinco jogos, prejudicando uma casa esportiva que não denunciou as irregularidades. As empresas mais afetadas pelas manipulações foram a Bet365 e a Betano. O procurador Cyro Peres sugeriu a aprovação de uma regra que obrigue essas empresas a comunicar movimentações suspeitas às autoridades.

A Betano e a Bet365 foram as casas mais afetadas com manipulação de apostas

O senador Carlos Portinho (PL-RJ) cobrou a regulamentação da lei das apostas pelo governo e chamou a atenção para o aumento no número de cartões vermelhos nos jogos do Brasileirão. Ele citou uma reportagem do GE que destaca um recorde de expulsões em 2024 em relação aos últimos 12 anos, sugerindo que isso deve ser investigado.

Além disso, o senador Chico Rodrigues (PSB-RR) defendeu a realização de sorteios para escolher os árbitros das partidas e questionou os depoentes sobre o envolvimento desse tipo de profissional nas manipulações. No entanto, os membros do MP goiano afirmaram que, até o momento, não há indícios da participação de árbitros na operação.


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