CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas foca no STJD

Por: Joga Brasil

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“Já que o convite para depor não funcionou, parece que teremos que convocar.” – afirmou Romário sobre os membros do STJD


A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas está agora focando no Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol (STJD). Na sessão da última quarta-feira (07), senadores manifestaram preocupações sobre as recentes decisões da entidade. Entre os temas discutidos, destacam-se a punição ao dono da SAF do Botafogo, John Textor, e as alegações de manipulação no futebol brasileiro.

John Textor compareceu a CPI das Apostas

Punições e críticas ao STJD sobre apostas esportivas

Os senadores Jorge Kajuru (PSB-GO), Romário (PL-RJ) e Carlos Portinho (PL-RJ) criticaram a decisão do STJD que resultou em uma suspensão de seis anos e uma multa de aproximadamente R$ 2 milhões para Textor. Textor havia feito acusações sobre manipulações no futebol, o que gerou um grande debate sobre a proporcionalidade das punições.

Romário, relator da CPI, destacou a necessidade de convocar novamente os membros do STJD para esclarecer suas decisões. Ele mencionou: “Acho que a gente teria que fazer uma convocação a esse pessoal do STJD aqui de novo. A gente convidou. Agora a gente tem que convocar.”

Romário, Senador

Denúncias de Manipulação

O tema da manipulação de jogos ganhou destaque após depoimentos de dirigentes esportivos. Major Hugo Jorge Bravo, presidente do Vila Nova Futebol Clube, foi o primeiro a denunciar a manipulação de resultados. Bravo apresentou evidências ao Ministério Público de Goiás (MP-GO) sobre um jogador que teria sido aliciado para influenciar uma partida.

A Operação Penalidade Máxima, iniciada no final de 2022, revelou que o jogador Marcos Vinicius Alves Barreira (Romário) teria recebido R$ 150 mil para cometer um pênalti em um jogo da Série B. Apesar da punição severa aplicada ao atleta, Bravo questionou a disparidade nas penas, comparando com outros casos semelhantes.

Operação Penalidade Máxima

Implicações para a Santa Casa Global

Durante a mesma reunião, o ex-administrador da Santa Casa Global Brasil, Ricardo Gonçalves, foi questionado sobre uma suposta dívida com o Primeiro Comando da Capital (PCC). Gonçalves negou qualquer envolvimento com grupos criminosos e afirmou que as notícias sobre a dívida podem ter surgido de informações erradas. Ele explicou que alguém utilizou um relatório desconhecido por ele para fazer as acusações.

O senador Carlos Portinho solicitou uma investigação mais aprofundada sobre os sócios de empresas que negociaram com a Santa Casa Global, como a MCE e a Ragdoll.

Iniciativas de Integridade

A CPI também ouviu Emanuel Medeiros, presidente da SIGA Latin America, que falou sobre o acordo de cooperação com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A parceria visa implementar o Sistema Independente de Rating e Verificação da SIGA (SIRVS) para melhorar a governança e a integridade das apostas esportivas. Medeiros prometeu divulgar o plano de ação em outubro.

No entanto, Portinho criticou a CBF pela lentidão em adotar medidas de compliance e governança para evitar a manipulação de jogos. Ele mencionou falhas na implementação de canais de comunicação e na qualidade das câmeras do VAR.

Emanuel Medeiros, presidente da SIGA Latin America

Quebra de Sigilo e Investigações Futuras

A reunião também aprovou a quebra de sigilo fiscal, bancário, telefônico e telemático de Wesley Cardia, ex-presidente da Associação Nacional de Jogos e Loteria. Cardia foi convocado para depor, mas utilizou um habeas corpus para se resguardar, respondendo apenas parcialmente às perguntas sobre uma suposta cobrança de propina de R$ 35 milhões.

Wesley Cardia, ex-presidente da Associação Nacional de Jogos e Loteria

A CPI continua a investigar as complexas questões envolvendo manipulação de jogos e apostas esportivas, com foco em garantir maior transparência e justiça no setor.


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