Foz do Iguaçu se destaca como uma das cidades preferidas para a instalação do novo empreendimento
O projeto de lei aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado em 19 de junho impactou o setor de turismo no Brasil. Embora Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente da Câmara dos Deputados, tenha afirmado que não há urgência para a votação em plenário da legislação sobre cassinos e bingos, o presidente Lula (PT) já assegurou que sancionará a proposta assim que ela chegar em suas mãos.
O estado do Paraná está atento às regras e à legalização dos cassinos, bingos e outras formas de jogos no território nacional.
Benefícios para o Paraná
Enquanto representantes das entidades do setor veem a medida de forma positiva, algumas autoridades locais manifestaram preocupações.
O projeto de lei propõe a liberação de cassinos em polos turísticos ou resorts que possuam:
- Pelo menos 100 quartos
- Restaurantes e bares
- Locais para eventos culturais
Cada estado terá direito a uma concessão, com exceção de:
- São Paulo, que terá 3 cassinos
- Minas Gerais, Rio de Janeiro, Amazonas e Pará, que terão 2 cassinos cada
João Alceu Rigon Filho, presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens do Paraná, considera os cassinos uma nova atração turística que pode gerar empregos e renda.
“Assim como a lei das apostas esportivas, que foi o primeiro passo para a regulamentação no Brasil, os cassinos precisam de uma organização semelhante”, afirmou.
No entanto, Rigon Filho também alerta sobre os riscos sociais. “É necessário um trabalho de conscientização para ajudar no autocontrole dos apostadores e evitar problemas financeiros.”
Luciano Bartolomeu, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes do Paraná, compartilha essa preocupação. “Os jogos de apostas no ano passado resultaram em R$ 100 milhões em dívidas. Precisamos de um trabalho paralelo para a cultura das apostas em cassinos.”
Julio Iglesias, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Paraná, apoia o projeto, acreditando que ele pode criar novas vagas de emprego e desenvolver regiões.
Nilson de Nadai, vice-presidente da regional oeste da ABIH, afirma que a aprovação dos cassinos tem apoio nacional e regional. “A implantação de um cassino em Foz do Iguaçu vai ampliar o leque de visitantes para o destino e gerar emprego e renda”, destacou.
Impacto da indústria dos jogos
Camilo Rorato, presidente do SindHotéis, acredita que a instalação de cassinos em Foz do Iguaçu atrairá turistas de maior poder aquisitivo, aumentando o faturamento da hotelaria e do comércio local.
Ele destaca que muitos brasileiros atualmente viajam para países vizinhos em busca de entretenimento e lazer, gastando dinheiro fora do país. Com a oferta de cassinos em Foz do Iguaçu, esses turistas poderiam permanecer no Brasil e contribuir para a economia local.
Fábio Aguayo, presidente da Federação Paranaense de Turismo, vê a liberação dos cassinos como uma oportunidade para desenvolver uma nova indústria, gerando empregos e fortalecendo o turismo no Brasil. Ele enfatiza a importância de considerar os empreendimentos de hospedagem já existentes.
Por outro lado, André Alliana, secretário municipal de Foz do Iguaçu, teme que a abertura de cassinos em outras regiões do Brasil possa desviar turistas da tríplice fronteira. Ele ressalta a necessidade de ser criativo para manter a região como um diferencial.
Assim, Foz do Iguaçu poderá competir pela instalação de um cassino com Curitiba, cidades do litoral ou grandes empreendimentos hoteleiros nas regiões noroeste e norte do Paraná. Atualmente, a tríplice fronteira já conta com 10 cassinos: cinco em Puerto Iguazú (Argentina) e cinco em Ciudad del Este (Paraguai). A legalização dos cassinos no Paraná promete movimentar o turismo e a economia local, com a votação no Plenário do Senado prevista para após o recesso parlamentar.
Confira:
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