Nesta segunda-feira (14), a agência de classificação de risco de crédito Fitch Ratings elevou a nota da Enjoy S.A. para ‘CCC+’. A informação é de um relatório divulgado pela própria agência, que antes dava à empresa uma nota ‘CCC’.
Segundo o informativo, a atualização da Enjoy reflete a melhoria da estrutura de capital e o levantamento das restrições pandêmicas que permitiram a reabertura de todos os seus cassinos. Porém, a agência considera quando a geração de fluxo de caixa retornará aos níveis pré-pandemia e pré-agitação social. Os cassinos do Enjoy foram reabertos, mas com restrições de capacidade, e a indústria de jogos pode levar meses adicionais para se recuperar totalmente.
A agência aponta a recuperação lenta do fluxo de caixa e informa que os cassinos da Enjoy no Chile e no Uruguai estão totalmente operacionais, mas com restrições de espaço e capacidade. Além disso, os clientes podem reajustar o comportamento dos gastos com jogos, uma vez que a economia regional foi altamente afetada pela pandemia com aumento das taxas de desemprego, inflação alta e crescimento negativo do PIB. Estes fatores podem atrasar a recuperação total do fluxo de caixa.
A Fitch considera ainda que a posição de mercado da Enjoy é forte, uma vez representa cerca de 38% da participação total de mercado (receita bruta total) e detém 31% das licenças operacionais no Chile. Além disso, a estratégia de crescimento da Enjoy está focada em melhorar o desempenho de locais subdesenvolvidos, como Santiago e a ilha chilena de Chiloé, já que seus outros cassinos apresentam crescimento modesto.
No mercado latino-americano, a recuperação em Punta del Este, no Uruguai, também é afetada pelas restrições de viagens, porque uma parte significativa de suas receitas vem de players internacionais de alto nível.
O comunicado também cita a fusão da Enjoy com a Dreams, que é vista de maneira positiva. O processo de fusão e aquisição resultaria em maior escala e diversificação geográfica, beneficiando a geração de fluxo de caixa e, portanto, melhorando a estrutura de capital da nova entidade.
A nova entidade teria licenças para quase 60% dos cassinos e teria mais de 75% das receitas da indústria de jogos no Chile, com forte presença em outros países da região. Entre eles estariam Peru, Colômbia, Uruguai, Argentina e Panamá. As operações da Dreams, que tinham margens historicamente mais altas melhorariam a lucratividade geral da nova empresa.
O comunicado diz que assim que o processo de fusão e aquisição (F&A) for concluído, a Fitch precisará de mais informações sobre a governança corporativa e gestão financeira da nova empresa, além da aprovação regulatória para a transação antes de tomar uma ação de rating.
A agência reconhece que as classificações ‘CCC’ da Enjoy são mais baixas do que outras pequenas operadoras de cassino nas Américas. Mas avalia que a estrutura de capital da Enjoy e a rentabilidade dos negócios devem melhorar após a F&A com Dreams.
A empresa, porém, tem margens de lucro menores do que operadoras muito maiores, como Boyd Gaming Corporation, MGM Resorts International (BB/Stable) e Wynn Resorts Ltd. Os negócios da Enjoy foram interrompidos pela pandemia e a recuperação deve ser gradual e lenta.
Fonte: Fitch Ratings