Diante dos prejuízos históricos causados pela pandemia da COVID-19 no mercado de jogos português, a Associação Portuguesa de Cassinos (APC) está negociando com o governo um auxílio financeiro para contribuir com a solvência do setor.
Embora os termos da negociação e da ajuda ainda não tenham sido divulgados, a expectativa do grupo Estoril-Sol, líder no mercado português de cassinos, é de que um resultado final saia em breve. O administrador do grupo, que também preside a APC, Jorge Armindo, afirmou que um “acordo genérico já foi alcançado”.
Em razão do calendário de funcionamento dos cassinos ter sido profundamente afetado pela pandemia ano passado, um relatório produzido pela Estoril-Sol apontou um prejuízo de quase 13 milhões de euros, em face do lucro de 14,5 milhões registrado no ano anterior.
O relatório também afirma que o prejuízo não foi maior neste ano por conta do crescimento expressivo das atividades online, que foi a única a dar resultados positivos. Os valores que chegaram à casa dos 38,7 milhões de euros em 2019, atingiram 44,3 milhões em 2020. Ainda assim, as receitas totais do grupo registraram uma queda de 41%.
O Servico de Regulação e Inspeção de Jogos (SRIJ) anunciou que os 12 cassinos e a sala de jogos em funcionamento atualmente em Portugal, operados tanto pelo grupo Estoril-Sol como por outros grupos, viram suas receitas caírem globalmente 50% em 2020.
Mesmo com uma negociação de ajuda em andamento, de acordo com o relatório do grupo Estoril-Sol a perspectiva ainda não é boa, uma vez que 2021 já está comprometido. Adianta ainda que sem ajuda do governo poderá haver “uma dramática queda na atividade”, o que “porá em causa a sobrevivência do negócio”.
Segundo a APC, o controle da pandemia ainda não teria impacto imediato no setor e os efeitos da retomada seriam lentos. A concorrência crescente por parte dos jogos de cassino online e dos jogos físicos e online da Santa Casa de Misericórdia de Lisboa que já ocorria antes da pandemia, agora se intesificou.
Fonte: O Público