O número de relatos de indivíduos que sofreram significativas perdas monetárias tem aumentado em todo o território nacional
O “jogo do tigrinho” tem sido motivo de preocupação em todo o Brasil, e recentemente voltou a ser destaque na mídia nacional. O jogo está sob investigação em várias partes do país, o que resultou na prisão de diversos influenciadores digitais ligados a esquemas ilícitos associados ao jogo.
Diversos incidentes têm ganhado destaque na imprensa, como o de uma cozinheira que alega ter perdido R$80 mil em dois meses. Ela relata que se levantava de madrugada para jogar, ganhava, mas era tomada pela ganância e não parava até perder tudo.
Em maio, o empresário Rafael Tenório, que atua em Alagoas, Rio Grande do Norte e Mato Grosso e emprega mais de 2000 pessoas, divulgou um vídeo alertando sobre um problema que tem afetado seus funcionários. No Mato Grosso, um homem de 52 anos desapareceu depois de perder quase R$200 mil no jogo.
Os vícios relacionados ao jogo estão se espalhando pelo país. Em São Paulo, uma enfermeira de 23 anos desapareceu por uma semana após acumular uma dívida de R$20 mil de um empréstimo feito com amigos da família. De acordo com o Estadão, ela contraiu a dívida por ser viciada no jogo e foi encontrada abalada psicologicamente após desaparecer.
O programa Fantástico, da Rede Globo, exibiu uma reportagem sobre uma mulher de Maceió que perdeu R$200 mil no jogo e teve que vender seus bens para cobrir as perdas.
O portal Métropoles informou que a Polícia Civil de São Paulo está investigando um esquema em que influenciadores ajudam a promover o jogo para atrair novos apostadores. Os influenciadores são mostrados ganhando prêmios facilmente, o que leva muitas pessoas a acreditar que podem ganhar grandes somas de dinheiro com o jogo.
Além disso, há relatos de pessoas que não receberam os pagamentos de seus ganhos na plataforma. Um caso mencionado na coluna de Carlos Madeiro, no UOL, fala de uma mulher que ganhou R$94,9 mil no jogo em uma plataforma internacional em novembro do ano passado e nunca recebeu o prêmio. Ela conheceu a plataforma através da influenciadora Ana Paula Ferreira da Silva, conhecida como Paulinha Ferreira.
A mulher abriu uma conta na plataforma e depositou R$400. Quando tentou sacar o prêmio, a plataforma bloqueou sua conta, impedindo-a de acessar o dinheiro. Agora, há uma ação contra a influenciadora por danos morais e uma busca para recuperar o prêmio.
A defesa de Paulinha afirma que ela apenas fazia publicidade do jogo, seguindo as normas do Conar e a lei de 2013 sobre apostas de cota fixa. “Ela não é dona da plataforma, apenas a divulgava. Portanto, os proprietários são responsáveis por quaisquer problemas com saques, não quem faz a propaganda”, disse Rodrigo Monteiro, advogado da influenciadora.
A ANJL emitiu um comunicado alertando sobre os perigos do “Jogo do Tigrinho”, destacando as falsas promessas de prêmios e a atuação irresponsável de influenciadores.
A ludopatia, ou vício em jogos de azar, é uma condição médica que pode ter sérias consequências financeiras, sociais, físicas e emocionais para o indivíduo. Diagnosticada por profissionais de saúde mental, a doença é caracterizada pela incapacidade de controlar o impulso de jogar, mentir sobre o problema e usar o jogo como fuga. Ainda não há uma política específica no SUS para tratar a ludopatia.
As apostas esportivas apresentam riscos significativos de vício, podendo levar a perdas financeiras. É importante apostar de forma responsável e buscar ajuda profissional se as apostas se tornarem um problema, para combater a ludopatia de forma eficaz.
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