A crescente relação entre times e sites de apostas tem gerado inquietação nas companhias de marketing esportivo
As casas de apostas têm cada vez mais patrocinado as grandes equipes do futebol brasileiro. Dos 20 clubes da primeira divisão, apenas o Cuiabá não tem nenhum contrato com essas empresas.
Essa tendência tem gerado preocupação nas empresas de marketing esportivo, que alertam para os perigos a longo prazo.
75% das equipes da elite tem patrocínio de casas de apostas. (geraljoga.com)
De acordo com um estudo da Sports Value, Flamengo e Corinthians estão entre os vinte clubes com maior receita de patrocínio máster no mundo. O Flamengo fechou recentemente com a Pixbet como sua patrocinadora principal, que lhe pagará R$85 milhões por ano.
O Corinthians fechou com a VaideBet, o maior contrato de patrocínio máster já visto no futebol brasileiro. O Timão receberá R$370 milhões da empresa de apostas nos próximos três anos.
“O aumento dessas verbas pagas aos times brasileiros pelas casas de apostas estão posicionando esses contratos entre os maiores do mundo, mesmo os clubes entregando muito pouco, além de visibilidade de marca. No curto prazo, esse interesse parece bom. Mas [com as bets] os times afugentaram bancos, seguradoras, operadoras de telefonia, os maiores anunciantes do esporte no Brasil. Nenhum deles está nos 40 principais times. Nos estrangeiros, é o oposto”
afirmou o sócio da Sports Value, Amir Somoggi.
PSG e Real Madrid são os clubes que mais ganham com patrocínios de casas de apostas, cerca de R$378 milhões por ano. O Flamengo, com a Pixbet, passou Napoli e Stuttgart e ficou no mesmo nível da Internazionale de Milão.
Somoggi diz que as empresas de apostas nos espaços mais valorizados das camisas incentivam o vício e a participação de menores de idade. Além disso, um estudo da PwC e do Instituto Locomotiva mostrou que a maioria dos apostadores são das classes C, D e E, e gastam nas apostas dinheiro que seria para a comida.
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“As apostas deveriam ser tratadas como o cigarro. Pode vender, mas deveria ser proibido fazer publicidade. É um erro que vai custar caro à sociedade”
concluiu Somoggi
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