Fagioli disse que iniciou suas apostas em jogos de tênis, depois passou para o futebol, excluindo somente as partidas que tinham os times em que jogou
Fagioli contou como foi do paraíso ao inferno por causa de apostas ilegais, que lhe renderam dívidas de 3 milhões de euros (aproximadamente R$ 16 milhões) e ameaças de violência dos seus credores. O jogador da Juventus, que foi punido com sete meses de suspensão na terça-feira passada, revelou os detalhes do seu drama na sua audiência na FIGC, cujos trechos foram divulgados pelo jornal La Repubblica nesta quarta-feira.
O jovem de 22 anos contou ao promotor da FIGC que sua história começou em 2021, quando foi convocado para a seleção sub-21 da Itália. Fagioli, influenciado pelo seu amigo Sandro Tonali, do Milan, se inscreveu em uma plataforma ilegal que não deveria deixar rastros.
Leia Mais: NEWCASTLE UNITED SE POSICIONA DIANTE DE CASO TONALI, VEJA:
Fagioli iniciou suas apostas em jogos de tênis e logo se viciou nos jogos de dinheiro: “Eu tinha tempo livre, era uma forma de me distrair”, admitiu. O jogador da Juventus, que chegou ao clube com 14 anos, estava emprestado à Cremonese, da segunda divisão, onde se destacou como uma das grandes revelações do futebol italiano
Seu vício em apostas logo consumiu seu generoso salário anual de 1 milhão de euros líquidos (R$ 5,3 milhões). Ele apostava diariamente em todos os tipos de esportes pelo mundo, inclusive no futebol, mas nunca, frisou, nos jogos que tinham Cremonese e Juventus.
Veja Aqui: APOSTAS ESPORTIVAS: NOVO ESTUDO ALERTA PARA RISCOS DA REGULAÇÃO PROPOSTA PELO PL N° 3.626/2023
Fagioli se afundou em dívidas por causa das apostas: 250 mil euros (R$ 1,3 milhão) em um ano, 3 milhões (R$ 16 milhões) no auge do seu vício, quando se inscreveu em cinco plataformas distintas. Sabendo que estava fora de controle e seguindo a orientação de sua mãe, a única que conhecia o seu problema, ele procurou o SerT, serviço italiano de assistência e prevenção ao vício do jogo.
Com a supervisão da sua mãe, o jogador arranjou dinheiro para continuar apostando enganando seus colegas Federico Gatti e Radu Dragusin, que lhe emprestaram 40 mil euros (R$ 213 mil) cada um.
“Eu falava para eles que era para comprar um relógio e que minha mãe tinha bloqueado as minhas contas”.
Nicolò Fagioli contou à FIGC
Fagioli sofria com as apostas e as dívidas que afetavam seu desempenho em campo. Em abril de 2023, em uma partida entre Juventus e Sassuolo, Fagioli errou muito. Ele saiu do jogo e caiu em prantos, “angustiado e apavorado”.
“Eles me ameaçavam: ‘Se não quitar o que deve, vamos quebrar as suas pernas’. (…) Eu passava as noites em claro. Quanto mais o tempo corria, mais eu me fixava na minha dívida”
Mais relatos de Nicolò Fagioli.
Nicolò Fagioli foi investigado pela polícia por usar plataformas ilegais. Na sua audiência com o promotor de Turim, o jogador admitiu seus crimes à FIGC. A federação o suspendeu por 12 meses, mas reduziu para sete porque ele se comprometeu a fazer um tratamento e colaborou com a investigação.
Ele conseguiu evitar uma condenação mais severa, de até três anos, prevista no artigo 24 do código de justiça esportiva da FIGC, que impede jogadores profissionais de fazerem apostas no futebol, e poderá voltar a jogar na última rodada do Campeonato Italiano, em maio de 2024.
Leia no site: JOGADOR É AFASTADO DA SELEÇÃO DA ITÁLIA APÓS SER CITADO EM ESQUEMA DE APOSTA
Enquanto isso, outros jogadores podem enfrentar sanções parecidas. Sandro Tonali e Nicolò Zaniolo foram ouvidos pela justiça durante a última convocação da seleção da Itália. E não é só isso: mais de 50 jogadores da Serie A estariam implicados, segundo Fabrizio Corona, famoso como “rei dos paparazzi”, que denunciou o caso.
Leia Aqui:
MERCADO DE APOSTAS MOVIMENTA QUASE MEIO BILHÃO DE REAIS EM PATROCÍNIOS NO CAMPEONATO BRASILEIRO!
PRESIDENTE DO SENADO FAZ REUNIÃO SOBRE APOSTAS ESPORTIVAS
PROJETO DE VEREADOR PRETENDE PROIBIR PROPAGANDAS DE CASAS DE APOSTAS EM FORTALEZA